ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA INCLUSIVA E PROCESSOS EDUCATIVOS EM ASTRONOMIA NOS ANOS ESCOLARES INICIAIS

Thayná Cristina Dias e Dias, thaynacristina@unifesspa.edu.br, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA, Discente do Programa de Pós-Graduação em Educação de Ciências e Matemática – PPGECM/UNIFESSPA, Autora.
Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo, luceliaccr@unifesspa.edu.br, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA, Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação de Ciências e Matemática – PPGECM/UNIFESSPA, Orientadora
Camila Maria Sitko Meira dos Santos, camilasitko@unifesspa.edu.br, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA, Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação de Ciências e Matemática – PPGECM/UNIFESSPA, Co-Orientadora

Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade analisar como os processos educativos de astronomia podem ser implementados nos anos inicias via práticas de alfabetização cientifica inclusiva, nessa proposta indagamos como os processos educativos no ensino de astronomia podem favorece uma alfabetização cientifica inclusiva? A educação em astronomia nos anos iniciais tem grandes potenciais para desenvolver uma alfabetização cientifica e cidadã nos alunos, inclusive em alunos com deficiência e/ou transtorno, no entanto, as dificuldades de ensino em astronomia se constitui principalmente pela falta de formação dos professores que ensino ciências nos anos iniciais. Neste estudo, temos como planejamento criar um espaço formativo virtual piloto, visando favorecer processos educativos em astronomia na perspectiva de alfabetização cientifica inclusiva, com enfoque em um desenho universal de aprendizagem, ou seja, que favoreça a aprendizagem de todos os alunos, com os mesmos processos educativos. 

1. Introdução
O presente projeto de pesquisa relaciona as áreas de astronomia e inclusão escolar como meio balizador para uma alfabetização cientifica com alunos com deficiência e/ou transtornos que fazem parte do ensino comum da educação básica. Nos reportamos nesse estudo pela busca de uma inclusão dos conhecimentos cientifica aos alunos público alvo da educação especial, conhecimentos estes principalmente direcionados ao ensino de astronomia, que pouco ou nada são apresentados nos anos escolares inicias. Como questionamento central da pesquisa indagamos, como os processos educativos no ensino de astronomia podem favorece uma alfabetização cientifica inclusiva? apresentamos outro questionamento, que se faz tão importante como o primeiro frisando, quais necessidades cientificas os alunos com deficiência e/ou transtorno apresentam para sua vida escolar, social, familiar? 

O objetivo central se consiste em, analisar como os processos educativos de astronomia podem ser implementados nos anos inicias via práticas de alfabetização cientifica inclusiva, os objetivos específicos estão dispostos em a)Investigar qual a formação dos professores de ciências dos anos inicias e o que concebem por astronomia e alfabetização cientifica inclusiva; b)Analisar como os processos de alfabetização cientifica inclusiva podem ser executados no ensino de astronomia nos anos iniciais; c) Criar um espaço formativo virtual piloto, visando favorecer processos educativos em astronomia na perspectiva de alfabetização cientifica inclusiva.

2. Referências Teóricas
O ensino de astronomia analisado nas últimas décadas resulta de equívocos e concepções alternativas que os professores pela falta de formação adequada constroem em suas aulas (LANGHI, 2011). Se relacionar educação em astronomia com ensino de alunos com deficiência e/ou transtorno o despreparo do professor de torna ainda maior, assim como são enxugues as pesquisas e cursos de formação que abrangem essas áreas. Há algumas dificuldades que são apontadas por Langhi (2011) para o ensino de astronomia no Brasil, dentre elas: 

- Existência de lacunas na formação inicial de professores da educação básica (especialmente dos anos iniciais do Ensino Fundamental) relativos a conteúdos e metodologias de ensino de Astronomia;
-Cursos de curta duração, normalmente denominados de “formação continuada”, que não promovem, satisfatoriamente, uma mudança efetiva na prática docente para a educação em Astronomia;
- Carência de material bibliográfico de linguagem acessível e de fonte segura de informações sobre Astronomia para professores e público em geral;
- Há um descompasso entre a proposta dos PCN e o trabalho efetivo nas escolas com o tema Astronomia; (...). (LANGHI, 2011, P.18) 

Quando o foco gira entorno da inclusão de alunos com deficiência e/ou transtorno na classe comum é sabido que, a educação especial se institucionaliza com diretrizes disparadoras que visam a permanência e o acesso de estudantes que foram sonegados esse direito (BAPTISTA, 2015; MENDES, 2010; PATTO, 2008). Dessa forma, a um cenário que se amplia no país de diretrizes delimitando o público alvo da educação especial e o serviços e recursos para esse público, umas das políticas de acesso se estende pela Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva -PNEEPEI (2008), com o objetivo de: 

(...) assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

Nesta visão, Baptista (2015, P.24) frisa que “Trata-se, portanto, de um amplo conjunto de diretrizes que têm como pólo inicial a defesa do ensino comum para a totalidade do alunado”. Nesse ensino para a diversidade devem ser pensadas propostas que atendam aos alunos nos aspectos educacionais, culturais e sociais. 

Deste modo, a alfabetização cientifica surge com o enfoque de alfabetizar cientificamente o individo para que tome deciosões criticas, como também formar individuos capazes de compreender as questões que vivenciam no seu dia a dia (...) Pereira et al (2020). Para os autores, Krasilchik e Marandino (2007) existem várias dimensões em que alfabetização cientifica pode ser usada, como dimensões socais, educacionais, culturais e ambientais na busca de uma inclusão social de todos os grupos sociais. Lembrando que para Chassot (2018) uma pessoa alfabetizada cientifica poderá fazer a leitura do mundo onde viver. O termo alfabetização e amplamente usado para várias prorrogativas, nesse estudo são pautadas nas concepções de Ferire (1989) como: “Mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Com efeitos, ela é o dominio dessas técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende [...]” (FREIRE, 1989, P. 79).

Nesse enfoque, a escola tem um papel central de divulgar os processos científicos, com uma proposta que os alunos entendam e possam utilizar em novas situações do dia-a-dia (KRASILCHIK E MARANDINO, 2007). Além disso, para as propostas de Alfabetização cientifica influirem, é preciso “[...] um planejamento bem elaborado, juntamente a uma reflexão quanto aos objetivos das atividades, pois o que, muitas vezes, observamos na prática é apenas um foco direcionado para as metodologias didáticas adotadas como garantia de alcance de AC.” (PEREIRA ET AL, 2020, p.17). 

3. Metodologia
A pesquisa se desenvolverá com a construção de um espaço formativo para professores dos anos escolares iniciais que possuem alunos com deficiência e/ou transtornos, os temas abordados serão pertinentes ao ensino de astronomia nos anos iniciais. Pensando em uma proposta que contemple todos os alunos, com igualdade de condições para uma aprendizagem efetiva no ensino de Ciências, em especial, o ensino de Astronomia com enfoque no modelo interdisciplinar, os objetivos do Desenho Universal da Aprendizagem (DUA) soma-se a: 

O DUA consiste em um conjunto de princípios baseados na pesquisa e constitui um modelo prático que objetiva maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos os estudantes PAEE ou não. O DUA tem como objetivo auxiliar os educadores e demais profissionais a adotarem modos de ensino de aprendizagem adequados, escolhendo e desenvolvendo materiais e métodos eficientes, de forma que seja elaborado de forma mais justas e aprimorados para avaliar o progresso de todos os estudantes. (ZERBATO E MENDES, 2018. P. 150).

A presente pesquisa se embasa na abordagem qualitativa, assumindo os procedimentos utilizados por Flick (2009, p. 21), quando o mesmo elucida que essa abordagem não se resume só a produção de conhecimentos, ou suas descobertas no meio cientifico, mais tende a produzir conhecimentos práticos, partindo de problemas concretos em busca de soluções para tais. Os instrumentos utilizados na pesquisa são: questionário de perfil docente, questionário das sessões do curso e afins. Para questões éticas de pesquisa será elaborado Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os professores que pretenderem participa da pesquisa.

4. Referências 
PATTO, M. H. S. Políticas atuais de inclusão escolar: reflexão a partir de um recorte conceitual. In: BUENO, J. G. da S.; MENDES, G. M. L.; SANTOS, Roseli Albino dos (Org.). Deficiência e escolarização: novas perspectivas de análise. 1. ed. Araraquara: Junqueira & Marin; Brasília: CAPES-PROESP, v. 1, p. 43-63, 2008.

MENDES, E. G. Inclusão marco zero: começando pelas creches. Junqueira & Marin. São Paulo, 2010.

LANGHI, R. EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA: DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

SOBRE CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS À NECESSIDADE DE UMA AÇÃO NACIONAL. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 28, n. 2. Campo Grande, 2011.

BAPTISTA, C. Escolarização e deficiência: configurações nas políticas de inclusão escolar. Ed. Marquezine & Manzini. São Carlos, 2015.

FREIRE, P. Educação e Mudança. ed. Paz e terra. Rio de Janeiro, 1989.

PEREIRA, B. AVELAR, B. LEMOS, R. Um olhar sobre a alfabetização científica. In: VALLE, M. SOARES, K. SÁ-SILVA, J. A alfabetização científica na formação cidadã: perspectivas e desafios no ensino de ciências. ed. Appris. Curitiba, 2020.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. ed. Ijuí. Ijuí, 2018. 

KRASILCHIK, M. MARANDINO, M. Ensino de Ciências e Cidadania. ed. Moderna. São Paulo, 2007.

ZERBATO, A. MENDES, E. Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Usinos, 2018.BRASIL, Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva -PNEEPEI, Brasília, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 10 de outubro de 2020.

Comentários

  1. Gostaria de saber mais sobre o seu público alvo, serão professores dos anos iniciais (pedagogos) de alguma escola específica ou seria os professores da rede municipal, local ou regional ?
    Ester Chaves.

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    Respostas
    1. Nosso intuito é fazer um curso ead e abrange todos os pedagogos que quiserem participa no nosso Estado (PA). O público-alvo da pesquisa serão os professores que dão aulas nos anos iniciais do ensino fundamental de 1º a 5º ano, teoricamente serão os licenciados em pedagogia.

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